Um trabalho interessante no DN aborda a história de homens que decidiram ser educadores de infância há alguns anos e da forma como foram vivendo a sua experiência numa profissão que tem mulheres na sua esmagadora maioria.
São múltiplas as razões para que assim seja e não cabe aqui analisá-las.
O trabalho recordou-me uma experiência já de há muitos anos, creio que no início dos anos 80. Nessa altura já trabalhava em formação de professores e estava com grupo de gente da educação pré-escolar e do 1º ciclo. Se a memória não falha, passava-se no distrito de Santarém.
No grupo do pré-escolar estava um jovem, o primeiro educador de infância que conheci. Admito até que possa ser uma das pessoas da referidas na peça do DN.
O que me lembro bem é dele ter referido que algumas mães da aldeia onde foi colocado terem expresso alguma desconfiança se um homem saberia cuidar de gaiatos pequenos.
Como seria de esperar a coisa correu bem, a competência não decorre do género.
No entanto, a tradição e as representações têm ainda muita força. Muito tem mudado mas nem tudo tem mudado. Trabalho actualmente com quatro grupos de formação em educação-pré-escolar e não tenho nenhum aluno.
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