Era uma vez um rapaz chamado
Imaginador. Desde que chegou à escola pequena se notou a sua capacidade para
contar histórias que ninguém tinha ouvido. As pessoas apressavam-se a
aconselhá-lo a não inventar coisas, algumas até o achavam mentiroso. O
Imaginador não se importava muito e continuava a inventar mais histórias que
deixavam os seus coleguinhas de ouvidos abertos e os adultos mais preocupados.
Quando mudou de escola e aprendeu
a ler e a escrever, coisas de que gostava muito, mais do que dos números, então
começou a escrever as suas histórias fantásticas. As pessoas bem lhe pediam
para não inventar porque já não era um miúdo pequeno e não podia acreditar
naquelas coisas estranhas que punha nas histórias, às quais, aliás, o
Imaginador se referia como se fossem bem reais.
Mais crescido, o Imaginador, para
além das histórias que continuava a produzir, começou também a pintar coisas
que surpreendiam as pessoas que, como sempre, lhe sugeriam que fizesse
trabalhos mais bonitos e mais parecidos com os que toda a gente fazia. Tantas
vezes e tanta gente pressionou o Imaginador que ele acabou, em adulto, por
deixar de contar histórias e pintar coisas fantásticas.
Agora, faz como toda a gente,
manda “sms” e tira fotografias e “selfies” com o telemóvel.
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