Voltando ao TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study) um olhar breve sobre os resultados.
Como é sabido Portugal participou neste estudo em três edições, 1995, 2011 e 2015.
Sendo que o ponto de referência da escala é 500 pontos, entre 1995 e 2011 os alunos portugueses do 4º subiram 90 pontos em Matemática, de 432 para 522. Em 2015 subiram 9 pontos para 531, estando na 13ª posição. Em Ciências a subida entre 1995 e 2011 foi de 70 pontos, de 452 pontos para 522. No entanto, em 2015 verificou-se uma descida de 14 pontos, baixando-se para a 32ª posição.
Deve sublinhar-se que Portugal registou a maior subida global a Matemática entre 1995 e 2015.
São ainda de referir e dentro do que é esperado resultados superiores dos alunos das escolas privadas, melhores resultados dos rapazes, a existência de assimetrias regionais que importa estudar e padrões de maior fragilidade na aplicação dos conhecimentos e resolução de problemas que solicitam análise e dispositivos de ajustamento.
Não me parece muito relevante a já iniciada tentativa de apadrinhar os resultados, sobretudo a Matemática. Uns fazem-nos assentar nos efeitos do Plano de Acção para a Matemática de Maria de Lourdes Rodrigues, outros olham para a aposta nos saberes “estruturantes” e no “rigor avaliativo” de Nuno Crato. Não estranho, a educação é um terreno habitual e tentador para o jogo de interesses da partidocracia mas a avaliação da educação e formação de uma geração de alunos é bem mais do que estes resultados. Eu sei que as políticas educativas são relevantes, evidentemente, mas são apenas uma variável ainda que central de um processo que complexo e multidimensionado.
Parece-me mais pertinente sublinhar o bom trabalho de alunos e professores, a necessidade de atentar na descida dos resultados em Ciências contrária à tendência verificada noutros países, identificando e divulgando boas práticas e definindo dispositivos de apoio diferenciados e também analisar a definir estratégias face ao padrão de dificuldades emergente em Matemática e que não é inédito.
Julgo ainda que talvez os resultados do PISA que irão ser também revelados no final deste ano forneçam indicadores complementares úteis também para melhor compreender e ter uma perspectiva integrada face aos dados agora conhecidos no TIMSS.
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