Os tempos não vão fáceis, antes pelo contrário, as
dificuldades são enormes e, nas mais das vezes, transcendem a nossa capacidade
individual de as prevenir ou remediar. No entanto, estes tempos ainda ficam
mais pesados quando nós, ou alguns de nós, por comportamentos ou discursos
ainda os tornamos mais difíceis, mais feios, acho eu. Atentem nesta história
que um dia destes entrou cá em casa.
Uma senhora das nossas relações, Mãe de um jovem adulto com
uma severa deficiência motora e mental que se desloca exclusivamente em cadeira
de rodas e sem autonomia, depois de realizadas as compras no supermercado,
chegou com o filho à zona das caixas e colocou-se na fila da caixa com
prioridade. Uma senhora diz-lhe “então a aproveitar-se” e continua depois do ar
perplexo da Mãe “aproveita-se da situação para se safar”. A Mãe, embaraçada,
ainda tentou explicar que a situação do filho na cadeira de rodas e mais as
compras era complicada mas ouviu, “ele está melhor que eu, está sentado”. A Mãe
fugiu dali para não bater na senhora.
Que se passa na cabeça das pessoas que as torna tão feias?
É da crise económica? É da crise dos valores? Como pode uma pessoa estar tão
doente ou ser tão infeliz que precisa de cobrar alguma coisa a uma Mãe naquela
situação? Têm alguma ideia?
3 comentários:
Por cá, continua-se a pensar mais em direitos do que em deveres. Somos um povo que não se deixa governar e muito dificilmente coopera. Maioritariamente somos cobardes e muitos gostam de se mostrar perante os mais vulneráveis.
Coisa própria de gente pequenina.
Cada um fala por si. A cultura do nosso povo é feita por nós próprios.
VIVA!
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