Vou-vos contar uma história que,
devo confessar, não me agrada nada contar mas é real, passou-se com um amigo
meu e é um preocupante sinal dos tempos.
Estava este meu amigo num café,
quando entrou uma família com um gaiato de nove ou dez anos. Ao pé do balcão, o
miúdo começou a pedir, a exigir como agora fazem muitos miúdos, determinada
pastilha, bolo ou qualquer coisa do género. Os pais não acediam ao pedido e
quando a mãe, de forma mais veemente, negou pela enésima vez a exigência, o
miúdo disparou um sonoro, “vai à merda”. A mãe, zangada, levantou a mão e
ameaçou ruidosamente, “levas uma estalada, pensas que sou a tua professora?”.
Extraordinário.
A história, em si, dispensa
obviamente comentários, mas o que significa é perturbador. Entendo que todos,
professores incluídos, temos alguma responsabilidade neste abastardamento
progressivo da imagem social de uma classe profissional que, nos tempos que
correm, assegura uma dimensão muito significativa do processo de educação e
formação das pessoas.
O grande desafio que enfrentamos é inverter este trajecto e devolver aos professores uma imagem de respeito e confiança, sem a qual a sua tarefa é impossível. É o que se espera de todos, incluindo professores, quem os representa e quem gere o seu trabalho.
O grande desafio que enfrentamos é inverter este trajecto e devolver aos professores uma imagem de respeito e confiança, sem a qual a sua tarefa é impossível. É o que se espera de todos, incluindo professores, quem os representa e quem gere o seu trabalho.
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