Era uma vez um homem chamado
Azarado. Toda a sua vida foi um conjunto de circunstâncias desencontradas.
Nasceu rapaz, os pais desejavam uma rapariga e nasceu no meio do Verão
contrariando o esforço de planeamento dos pais que o queriam no Inverno.
Na
escola o Azarado sempre encontrou os professores menos simpáticos e não havia
jogo que conseguisse ganhar. Nos testes acontecia sistematicamente que esperava
por umas questões e apareciam outras. O Azarado desesperava, é que não se pode
saber tudo e ele nunca acertava.
A rapariga mais bonita que ele
conheceu e por quem sentia uma paixão tão grande como aquelas que vêm nos
livros, não lhe ligava nem um bocadinho, era com se ele não existisse. No
entanto, tinha que fugir de uma miúda que o adorava mas de que ele só gostava
ao longe, muito ao longe.
Na sua profissão, vendedor de
Projectos, perdeu a grande oportunidade porque furou a caminho da entrevista
que mudaria a sua vida.
O Azarado apresentou um dia a
mulher ao seu colega mais amigo. Desse encontro, resultou um amor que o deixou
sem mulher e sem amigo.
Viveu só o resto dos dias, sempre
em desencontro com as circunstâncias. Uma manhã, o Azarado não acordou.
Os amigos comentaram, “Que sorte
a do Azarado, ficou-se que nem um passarinho”.
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