Era uma vez um homem chamado
Estranho. Viveu sempre só. Quando era pequeno não tinha amigos porque os pais
dos outros miúdos sempre os avisavam de que não se deviam dar com Estranhos,
não se deviam aproximar de Estranhos, para terem muito cuidado com os
Estranhos.
Quando era adolescente o Estranho
passava o tempo só, não havia ninguém como ele, Estranho. Todos os rapazes e
raparigas arranjavam um grupo para pertencerem e se sentir bem, mas como não
havia nenhum grupo de Estranhos, o Estranho ficou entregue a si mesmo.
Quando chegou a adulto procurou
alguém que quisesse partilhar a vida com ele. Não encontrou. Afinal, não é
fácil encontrar alguém que goste e queira viver com um Estranho.
No seu trabalho, nas mais das
vezes, estava no seu canto, sempre com o seu ar de Estranho. Naturalmente que
os colegas não se aproximavam de alguém com aquele ar de Estranho.
Em velho fechava-se nos livros,
ninguém estava particularmente interessado na companhia de um velho Estranho.
Finalmente, alguém se aproximou
dele, do Estranho e com ele ficou. Como sabem, a Morte não liga a nomes, mesmo de alguém que se
chame Estranho.
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