"Avós são fundamentais no pão e na educação dos netos"
A imprensa tem vindo a fazer
referência a um estudo, Fórum da Criança, que será divulgado na terça-feira no
seminário "Kids & Teens" sob o tema "a Reinvenção da família
alargada", em Lisboa, em que se caracteriza o papel dos avós na vida dos
miúdos.
É de registar o número
significativo de famílias que contam com a ajuda altamente valorizada dos avós
no cuidar dos miúdos e mesmo no apoio económico.
Aliás, este envolvimento e
proximidade intergeracional parece estar a aumentar, em parte, como
consequência dos problemas de emprego e baixos salários de casais mais jovens que
inibem o acesso a casa própria, bem como dos custos e acessibilidade a equipamentos
e serviços para a infância.
Como muitas vezes aqui tenho
referido, considero de especial relevo este contacto entre avós e netos. Eu
próprio entrei ainda há pouco mais de uma ano neste mundo mágico da avozice e
ainda não consegui acomodar os sentimentos e a magia de acompanhar de perto, tão
de perto quanto possível, o crescimento de um gaiato que tem uma geração pelo
meio. Tem sido um divertimento, uma descoberta permanente e a percepção de um
outro sentido para uma vida que já vai comprida e também, desculpem a
confissão, cumprida.
É por isso que retomo a minha
proposta, bizarra eu sei, de ser legislado o direito aos avós. Isto quer dizer,
simplesmente, que todos os miúdos deveriam, obrigatoriamente, ter avós e que
todos os velhos deveriam ter netos.
Num tempo em que milhares de
miúdos passam muito tempo sós, mesmo quando, por estranho que pareça, têm
pessoas à beira, e muitos velhos vão morrendo devagar de sozinhismo, a doença
que ataca os que vivem sós, isolados, qualquer partido verdadeiramente
interessado nas pessoas, sentir-se ia obrigado a inscrever tal medida no seu
programa ou, porque não, inscrevê-la nos direitos fundamentais.
Com tantas crianças abandonadas
dentro de casa, institucionalizadas, mergulhadas na escola tempos infindos ou
escondidas em ecrãs, ao mesmo tempo que os velhos estão emprateleirados em
lares ou também abandonados em casa, isolados de tal forma que morrem sem que
ninguém se dê conta, trata-se apenas de os juntar, seria um dois em um. Creio
que os benefícios para miúdos e velhos seriam extraordinários como o estudo
agora divulgado também sublinha
Um avô ou uma avó, de preferência os dois, são um bem de primeira necessidade na vida dos miúdos.
Um avô ou uma avó, de preferência os dois, são um bem de primeira necessidade na vida dos miúdos.
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