segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O EXAME DE INGLÊS "KEY FOR SCHOOLS". AGORA É A SÉRIO

"Teste de Inglês obrigatório para o 9.º ano aumenta de dificuldade"

No quadro da relação mágica com os exames Nuno Crato mantém a Parceria Público Privada que envolve a prestigiada Universidade de Cambridge na realização do teste “Key for Schools” que tão bons indicadores revelou o ano passado. Foram já estabelecidas as datas para a realização das provas que as escolas no exercício da sua ampla e reconhecida autonomia acomodarão e, atenção, o aumento da sua dificuldade.
A Prova continua obrigatória para os alunos do 9º ano e facultativa para os do 2º e 3º ciclos do Básico,
Os alunos que a realizem podem continuar a aceder a um certificado que custa 25 € para os alunos “normais e, se for como no ano anterior, 12.5€ para os mais pobrezinhos abrangidos pela ASE. Claro que estes pagamentos são exigidos dentro da escolaridade obrigatória, gratuita e universal mas o certificado foi considerado pelo IAVE uma "oportunidade única para obter um certificado reconhecido internacionalmente a um preço simbólico”, pois no mercado “o preço normal deste certificado é de cerca de 75/80 euros”. Parece que disseram isto sem se rir. Vejamos o resto,
O problema é que os resultados o ano passado foram, por assim dizer, fraquinhos, fraquinhos. De facto, 47% dos alunos do 9º que fizeram o teste obtiveram o nível A2 correspondente ao 7º ano e apenas 22.1% obteve o nível B1 o correspondente ao 9º ano. O MEC, sempre genial nas suas decisões, tinha antecipado as dificuldades dos alunos portugueses e precaveu-se realizando o exame com o nível A2, ou seja, mandou fazer um teste para alunos do 9º ano com um nível de dificuldade correspondente ao 7º ano que coloca o irrelevante pormenor do valor dos certificados.
A minha dúvida, coloquei-a na altura era, isto serve para quê? Continuo sem perceber a não ser que tudo isto representa uma interessante PPP, Parceria Público Privada que envolveu na primeira edição, MEC, Universidade de Cambridge, Porto Editora, BPI, Connexall, Fundação Bissaya Barreto, Novabase e, evidentemente, os pais pagantes.
No entanto, preparem-se. Como referi, o MEC acaba também de anunciar que o teste de inglês deste ano é mesmo um teste a sério, vai ser mais difícil. Afirmou o MEC e, como sabem, o MEC nunca diz nada que não seja rigorosamente verdade.
Se os alunos do 9º tiveram dificuldades com testes ao nível do 7º, agora, com a enorme quantidade de professores que as escolas dispõem para apoio às dificuldades de alunos e professores, um início do ano realizado sem sobressaltos, a colocação no tempo certo de todos os professores, funcionários e técnicos, as notas do “Key for Schools” só podem ser  …. Outstanding, como gosta a FCT e como Crato exige.

2 comentários:

Ana disse...

"Os alunos que a realizem podem continuar a aceder a um certificado que custa 25 €"

Só há pouco tempo me apercebi de que é falso dizer-se que o certificado custa 25 euros, pois este valor, obrigatoriamente pago antes da realização do exame, não é devolvido ao aluno que, não obtendo aprovação, não tem direito ao dito certificado. Assim sendo, este montante acaba por ser uma espécie de preço do exame, ainda que de pagamento facultativo.
Mais um embuste!

Zé Morgado disse...

Desse "pormenor" também não sabia.