"Teste de Inglês obrigatório para o 9.º ano aumenta de dificuldade"
No quadro da relação mágica com
os exames Nuno Crato mantém a Parceria Público
Privada que envolve a prestigiada Universidade de Cambridge na
realização do teste “Key for Schools” que tão bons indicadores revelou o ano passado. Foram já estabelecidas as datas para a realização das provas que as
escolas no exercício da sua ampla e reconhecida autonomia acomodarão e, atenção, o aumento da sua dificuldade.
A Prova continua obrigatória para
os alunos do 9º ano e facultativa para os do 2º e 3º ciclos do Básico,
Os alunos que a realizem podem
continuar a aceder a um certificado que custa 25 € para os alunos “normais e,
se for como no ano anterior, 12.5€ para os mais pobrezinhos abrangidos pela
ASE. Claro que estes pagamentos são exigidos dentro da escolaridade
obrigatória, gratuita e universal mas o certificado foi considerado pelo IAVE
uma "oportunidade única para obter um certificado reconhecido
internacionalmente a um preço simbólico”, pois no mercado “o preço normal deste
certificado é de cerca de 75/80 euros”. Parece que disseram isto sem se rir.
Vejamos o resto,
O problema é que os resultados o
ano passado foram, por assim dizer, fraquinhos, fraquinhos. De facto, 47% dos
alunos do 9º que fizeram o teste obtiveram o nível A2 correspondente ao 7º ano
e apenas 22.1% obteve o nível B1 o correspondente ao 9º ano. O MEC, sempre
genial nas suas decisões, tinha antecipado as dificuldades dos alunos
portugueses e precaveu-se realizando o exame com o nível A2, ou seja, mandou
fazer um teste para alunos do 9º ano com um nível de dificuldade correspondente
ao 7º ano que coloca o irrelevante pormenor do valor dos certificados.
A minha dúvida, coloquei-a na
altura era, isto serve para quê? Continuo sem perceber a não ser que tudo isto
representa uma interessante PPP, Parceria Público Privada que envolveu na primeira edição,
MEC, Universidade de Cambridge, Porto Editora, BPI, Connexall, Fundação Bissaya
Barreto, Novabase e, evidentemente, os pais pagantes.
No entanto, preparem-se. Como referi, o MEC acaba também de anunciar que o teste de inglês deste ano é mesmo um teste a sério, vai ser mais
difícil. Afirmou o MEC e, como sabem, o MEC nunca diz nada que não seja
rigorosamente verdade.
Se os alunos do 9º tiveram
dificuldades com testes ao nível do 7º, agora, com a enorme quantidade de
professores que as escolas dispõem para apoio às dificuldades de alunos e
professores, um início do ano realizado sem sobressaltos, a colocação no tempo
certo de todos os professores, funcionários e técnicos, as notas do “Key for
Schools” só podem ser …. Outstanding, como gosta a FCT e como Crato
exige.
2 comentários:
"Os alunos que a realizem podem continuar a aceder a um certificado que custa 25 €"
Só há pouco tempo me apercebi de que é falso dizer-se que o certificado custa 25 euros, pois este valor, obrigatoriamente pago antes da realização do exame, não é devolvido ao aluno que, não obtendo aprovação, não tem direito ao dito certificado. Assim sendo, este montante acaba por ser uma espécie de preço do exame, ainda que de pagamento facultativo.
Mais um embuste!
Desse "pormenor" também não sabia.
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