Parece um título estranho, na verdade é mesmo estranho. Vou tentar explicar. Os flamingos têm uma posição característica de apoio numa só pata de que, estranhamente, transparece uma sensação de equilíbrio que a nós parece inacessível. Com um pé no ar ficamos numa situação perfeitamente instável, ao fim de algum tempo insustentável, e que, a continuar, leva ao risco da queda.
Serve a ideia para vos falar de um grupo de crianças e adolescentes que vivem, diria, na posição do flamingo, pouco apoiados, instáveis, à beira do desequilíbrio.
Ao fim de algum tempo, ou com algum toque ou brisa mais pesados, podem desmoronar-se e cair, sendo que este tombo ou queda podem assumir diferentes formas como toda a gente que lida com miúdos conhece.
É, por isso, fundamental que, como sempre, estejamos atentos aos sinais que os miúdos e adolescentes possam dar de como o seu equilíbrio poderá estar ameaçado. Curiosamente e ao contrário do que sempre nos impressiona nos homens-estátua, uma excessiva imobilidade pode esconder um desequilíbrio significativo.
O que me leva a escrever esta história com flamingo é que com alguma frequência olhamos para alguns e, quase sempre sem querer, acreditamos que eles são como os flamingos, ou seja, equilibram-se perfeitamente com pouco apoio.
Não são, apesar da resiliência espantosa que alguns revelam, os miúdos precisam mesmo de apoios sólidos e atentos.
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