Era uma vez um Rapaz. Nasceu numa família que gostava tanto dele, era tão preocupada e tão atenta que, desde início, sabia sempre o que ele precisava, quando precisava e decidia o que o Rapaz devia fazer, ou não, quando fazer e como fazer.
Ele foi-se habituando a viver assim. Não era necessário pedir algo ou mostrar vontade de aceder a alguma coisa, que a família não antecipasse e determinasse desejos e, ou, necessidades que, evidentemente, eram de imediato satisfeitas.
Ao entrar na escola, deparou-se com professores tão atentos e preocupados como os pais. Tudo lhe era providenciado sem necessidade de pedir ou desejar. Todos os professores, todos os adultos, de tão atentos e preocupados que eram, sabiam sempre o que dizer, fazer ou definir de forma a que o Rapaz, também ele, soubesse o que deveria pensar, saber, gostar, fazer, etc.
Um dia, já adolescente, viu uma Rapariga muito bonita e quis aproximar-se dela. Ela olhou-o, riu-se e perguntou-lhe, "Quem és?".
Ficou perplexo e atrapalhado, não sabia dizer quem era.
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