E pronto, acabou o espírito natalício e chegou o Ano Novo, velho de preocupações.
Os discursos e as expectativas sobre os próximos tempos não são particularmente animadoras.
A vida vai ser mais complicada, mais difícil e mais cara.
O trabalho vai ficar mais longe para muita gente, para além dos muitos que já perderam.
A confiança parece difícil de se instalar na grande maioria de nós quando pensamos nos dias que hão-de vir.
É por isto tudo que tenho alguma dificuldade em perceber a razão, ou razões, pelas quais e apesar de tantos apertos em que vivemos, continuamos a oferecer tantos presentes, designadamente aos miúdos que nesta altura lhes cai em cima o espírito natalício embrulhado em múltiplos presentes, embora, na verdade alguns também tenham poucos presentes.
Na verdade, mais do que oferecer presentes seria necessário oferecer futuros. É justamente de futuro que muitos de nós precisamos, sobretudo os mais novos.
Podíamos tentar variar, preocuparmo-nos um pouco mais com os futuros do que com os presentes. Não é fácil, mas talvez valha a pena tentar.
Pode parecer estranho mas acho que há muito futuro para oferecer como presente.
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