terça-feira, 3 de janeiro de 2012

HÁ QUALQUER COISA QUE ME ESCAPA, OU ENTÃO É MILAGRE

Pode ler-se no Público que o Supremo Tribunal de Justiça condenou o Estado, eu e vós, a ressarcir o Instituto Missionário da Consolata, em Fátima, de uma quantia de 3,584 milhões que um seu responsável terá entregue a um gestor do BPN que prometia um rendimento superior aos depósitos a prazo. Aparentemente, o Senhor Padre não terá resistido ao pecado da gula e foi enganado, o dinheiro foi utilizado pelo gestor em aplicações na bolsa que correram mal. Dado que o BPN foi nacionalizado, nacionalizados foram, pelos vistos, estes negócios, passámos nós a ser os responsáveis. Está certo.
Resumindo, o gestor executa uma fraude enganando o Instituto Missionário da Consolata e pago eu, o resultado deste caso de polícia. Por acaso, o pessoal envolvido na mega fraude do BPN continua por aí de excelente saúde e a gozar dos transparentes negócios de que se alimentavam à custa de alguns crentes no milagre da multiplicação dos euros.
Já nos vamos habituando a que qualquer coisa que envolva o BPN e que tenha custos somos nós a pagar, tudo o que envolve o BPN e tenha gerado de dinheiro, meia dúzia de pessoas abotoaram-se com ele. Deve ser a isto que chamam a distribuição da riqueza.
Tenho sabido pela comunicação social das dificuldades ou impossibilidade de que alguns pequenos investidores vejam a suas poupanças de volta, perdidas que foram nos negócios obscuros do BPN. No entanto, o Supremo Tribunal de Justiça já resolveu o problema do Instituto Missionário da Consolata, à minha custa, é certo. Temo que o resto das contas do BPN, para além dos muitos milhões que já foram, ainda não nos tenham começado a chegar embora o BIC já esteja a ganhar com o BPN, só mesmo nós é que perdemos.
Nesta história toda, fico com a sensação de existe qualquer coisa que me escapa. Ou então … é milagre.

2 comentários:

Anónimo disse...

Há qualquer coisa de terrível em tudo isto. Primeiro, por que quantia esperavam os administradores dos Missionários da Consolata para finalmente empregarem para o suposto fim a que se destinavam os donativos recolhidos - 3,5 milhões de euros potencialmente já consolam um bom número de pessoas. Segundo, já a Paróquia de S. Vicente em Braga teve grandes dificuldades em reaver os valores depositados no BNP, destinados a um Centro de Dia. Não se podem servir a dois senhores, ou a Deus ou ao dinheiro, advertiu Nosso Senhor. Católico praticante, rogo aos referidos administradores dos milhões em causa finalmente os distribuam, que não os enterrem (literalmente)outra vez, o Senhor virá e lhes pedirá contas nas pessoas dos mais necessitados.

anónimo paz disse...

Não lhe escapa absolutamente nada e muito menos é milagre.

O Senhor é que não quer chamar os bois pelos nomes.

Para melhor compreensão do fenómeno pode consultar o site abaixo expresso.


http://www1.ionline.pt/conteudo/67593-os-escandalos-do-banco-do-vaticano-igreja-nao-vive-so-ave-marias


saudações