Uma passagem rápida pela imprensa on-line fez-me tropeçar neste título do Público, "O declamador de poesia que quer ser presidente do PSD". Cansado das referências ao pesado cenário em que estamos mergulhados, entrei, ainda bem.
Fiquei a saber que o cidadão Nuno Henriques, homem ainda novo mas com mil ofícios na área da cultura, estava em Novembro último num serviço religioso no Fundão e sentiu um chamamento, o seu destino era a presidência do PSD. Ao que se diz na notícia, é assim com os chamamentos, são irresistíveis, lançou-se na estrada que o levará ao altar do chamamento, a presidência do PSD. É certo que para isso terá ainda que contar com a disponibilidade dos militantes do partido mas tal tarefa para quem sentiu um chamamento será apenas mais um obstáculo a ultrapassar. Os chamamentos são assim, irresistíveis, cheios de obstáculos mas com o cumprimento à espera e certo.
Nos tempos que correm, as motivações para o acesso a estes lugares aparecem quase sempre embrulhadas na retórica do serviço ao país, no espírito de missão e tal, embora algumas más línguas entendam que boa parte dessas motivações radicam na verdade em carreira, agenda de interesses outros, etc. Neste quadro, acho francamente de sublinhar o facto de alguém receber, sentir, num serviço religioso um chamamento para esta função, a presidência de um partido do poder. Parece-me tanto mais de sublinhar quando se trata de alguém que tem no seu currículo, não as habituais e incontornáveis referências à gestão, ao direito, à engenharia, etc., mas, "conferencista, diseur de poesia, autor e encenador de teatro, com 11 CD de poesia editados", entre outras experiências.
Esta tarde de Domingo ficou muito mais estimulante e bonita depois de ter conhecido este chamamento.
Passos Coelho que se cuide, força Nuno Henriques, o céu é o limite, a presidência do PSD apenas uma etapa.
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