domingo, 1 de janeiro de 2012

A AUTO-ESTIMA DOS PORTUGUESES

É com alguma frequência que nós portugueses, somos classificados como tendo uma baixa auto-estima. Considerando os discursos políticos e passando por referências de natureza psicossociológica, a auto-estima dos portugueses parece pelas ruas da amargura.
Lamento, mas tenho algumas reservas sobre os recorrentes discursos e as conclusões afirmadas.
O trabalho hoje divulgado no Público enunciando dez exemplos de relevante produção científica registados em 2011, a promoção do prestígio de algumas universidades portuguesas que também se registaram no ano que passou, entre muitas outras obras valorosas com reconhecimento internacional, sustentam a minha tese.
O povo português é justamente considerado um génio no “desenrasca”, “dá-se sempre um jeito, não há-de ser nada”, é assim uma espécie de Macgyver, tudo se resolve. Gente desta tem uma enorme confiança nas suas capacidades.
É um povo que vira histérico atrás do Scolari, da ida do puto Ronaldo, o melhor do mundo, para o Real Madrid e do Professor Doutor José Mourinho, o special one, para Inglaterra, para Itália ou para Espanha, não interessa, é o maior do mundo.
Este povo até se dá ao luxo de ignorar a excelência do desempenho em áreas como ciência e cultura de outros milhares de portugueses, que estão fora do país e de que quase desconhecemos o sucesso e reconhecimento que atingem . Um povo que dá cabo dos recursos e da paisagem do país sempre confiante de que, assim, é que se promove desenvolvimento. Um povo desta têmpera não é um povo com baixa auto-estima.
Não, definitivamente não, os portugueses, de uma forma geral, gostam de si, têm uma excelente impressão de si próprios. Não gostam é de Portugal, o país é que não está à altura dos portugueses. Daí a falta de orgulho na lusa pátria.

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