O Professor Marçal Grilo, ex-ministro da Educação, afirmou hoje durante um Seminário do CNE, que “os pais não são exigentes para os filhos, os pais e os filhos não são exigentes face à escola e os alunos não são exigentes face a si próprios”.
Devo dizer que acho curiosa a afirmação do Professor Marçal Grilo. Sendo a escola um espelho bastante seguro dos contextos socais, culturais, éticos, etc. em que se inscrevem, porque milagre ou mistério esperaria Marçal Grilo que este grupo de portugueses fosse exigente, se vida portuguesa de há se caracteriza de há muito, entre outras coisas, pela falta de exigência.
Como explicar a pobreza e falta de qualidade assustadora de boa parte das nossas lideranças políticas e sociais?
Como explicar a genérica atitude de passividade que assumimos face ao peso e à ineficácia da administração e dos serviços que nos presta, não só na escola, mas também na justiça, na saúde, nos serviços públicos de natureza administrativa, quer a nível central, quer a nível autárquico?
Como explicar a forma como suportamos, às vezes até levamos a sério, a opinião de uma multidão de tudólogos e opinadores que falam como soubessem do que estão a falar e, curiosamente, ainda reverenciamos as suas doutas opiniões.
Na verdade Professor Marçal Grilo, somos pouco exigentes face à vida, no fundo face a nós mesmos.
Esta questão, é uma das razões que estão associadas à crise em que vivemos
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