Começa a ficar completa informação sobre a forma como o Programa de Governo estabelecido pelos investidores externos, a conhecida troika, será operacionalizado pelos seus representantes que, gostamos de acreditar, vamos eleger a 5 de Junho. De facto e como é óbvio, os partidos que aspiram ao poder já se comprometeram a executar o Programa estabelecido no Memorando pelo que esta campanha eleitoral terá características absolutamente particulares.
Sendo certo que a esmagadora maioria dos eleitores vota sem ter lido uma linha dos programas do partido em que vota, lembremo-nos da extraordinária afirmação recente de Fernando Nobre que é cabeça de lista do PSD mas "francamente, não conhece o programa", é verdade que nunca como nestas eleições os programas partidários, dos partidos do chamado arco do poder, insisto, foram tão irrelevantes, é apenas uma questão de pormenores e maquilhagem.
Não estando, portanto, em causa, os programas e a escolha entre eles, restam os rostos, as pessoas. Neste cenário, acredito que a escolha dos eleitores se fará por critérios de natureza mais psicológica e social aplicados às lideranças partidárias. A este propósito, é curioso verificar nos estudos de opinião como são percebidas estas características e a sondagem da Universidade Católica publicada na sexta-feira passada é um bom exemplo.
Assim sendo, vamos muito provavelmente assistir a uma campanha marcada sobretudo pelos especialistas em marketing que tentarão vender a imagem pessoal dos líderes, maquilhando-os com tons, discursos e comportamentos que entendem ter maior probabilidade de ser comprados pelos cidadãos, perdão, pelos eleitores. Neste domínio Sócrates leva uma enorme vantagem, é especialista reconhecido e tem uma máquina poderosa e eficaz ao seu serviço. No entanto, também em Passos Coelho e Paulo Portas se podem constatar ajustamentos de postura e discursos que pretendem convencer de que serão uma boa aposta e assentam esta ideia nas suas qualidades auto-afirmadas.
A questão é que tudo isto é basicamente de plástico, pouco genuíno, embora disfarçado de útil e com qualidade, assim uma espécie de tupperware em política.
Esta gente é plástica, diz cada dia cada coisa, é de plástico, afivelam máscaras e criam personagens e, naturalmente, fazem política de plástico.
No entanto, os problemas das pessoas são muitos, são reais e indisfarçáveis através de operações de marketing.
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