O JN e o Público de hoje referem-se ao estudo da Associação para a Promoção da Segurança Infantil segundo o qual, entre 2000 e 2009, as quedas tiraram a vida a 104 crianças e provocaram ferimentos em cerca de 40 000. Nos últimos tempos têm continuado a ocorrer tragédias desta natureza, sendo que há poucos dias uma criança de 3 anos caiu de uma varandim na Barragem do Cabril com um fim trágico.
As janelas, varandas, escadas ou piscinas, por exemplo, são um cenário muito ligado a episódios graves ou fatais para muitos miúdos, demais.
Continuamos a ser um dos países europeus em que acontecem maior número de acidentes domésticos com crianças. Nas mais das vezes verifica-se alguma negligência ou excesso de confiança da nossa parte, adultos, na vigilância dos miúdos a que se junta a inexperiência e o à vontade dos mais pequenos.
A culpa que alguém pode carregar depois de uma episódio desta natureza será, creio, suficientemente forte para que deixemos de lado o aspecto da culpabilização.
O que me parece importante sublinhar é que num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção da criança estão sempre presentes, também se verifica um número altíssimo de acidentes mortais o que parece paradoxal. Por um lado, protegemos as crianças de forma que, do meu ponto de vista, me parece excessiva e por outro lado e em muitas circunstâncias, adoptamos atitudes e comportamentos altamente negligentes e facilitadoras de acidentes que, frequentemente, têm consequências trágicas.
E não vale a pena pensar que só acontece aos outros.
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