Como provavelmente já terão reparado, de vez em quando trago aqui algumas expressões do nosso quotidiano pelas quais nutro simpatia, curiosidade ou, mais simplesmente, acho-lhes graça. Muitas delas são um excelente indicador da nossa forma de funcionar.
Hoje lembrei-me de uma dessas expressões que nos é bastante cara e frequente, "se fosse comigo".
Utilizamos esta fórmula nas mais variadas circunstâncias e, quase sempre, na tentativa de dizermos a alguém como deve lidar com as suas dificuldades ou problemas. Existe ainda uma variante "se eu mandasse" que se inscreve na nossa maior ou menor apetência pelo poder e que sempre saberíamos usar para, claro, resolver problemas, dificuldades ou lidar com qualquer coisa que careça de ser decidida ou realizada.
Se estivermos atentos é possível verificar a nossa inesgotável capacidade de decisão e a indiscutível competência para determinar correctamente o que deve ser feito. Funcionamos um pouco ao estilo anunciado naqueles inenarráveis anúncios que enxameiam alguma imprensa publicitando os super-poderes de uns feiticeiros com nomes esquisitos, sempre iniciados pelo título de Mestre ou Professor, e também quase sempre oriundos das longínquas paragens de África, que descrevem de forma exaustiva toda a gama de problemas a que os seus super e infalíveis poderes põem fim.
A questão mais curiosa é que quando os problemas são nossos, ficamos exactamente com as mesmas dúvidas e dificuldades que os outros sentem e que nos levam, claro, a dizer-lhes que "se fosse comigo ...".
E pronto, estava resolvido. Aqui não falhamos.
Mas é mesmo só aqui.
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