Não é um dado novo, antes pelo contrário, que o envelhecimento da população na Europa, e em Portugal como caso particular, é um dado adquirido. Este envelhecimento, fruto dos ganhos nas políticas de saúde e bem-estar por um lado e por outro lado, consequência do inverno demográfico decorrente das baixas taxas de fecundidade, parece inexorável. Como se afirma no Público em trabalho interessante sobre esta matéria, não é previsível que eventuais aumentos da taxa de natalidade ou de fluxos migratórios sejam suficientes para contrariar este progressivo envelhecimento e, por isso, vai sendo altura de considerar que este país, e não só, vai mesmo ter que ser para velhos e torna-se, portanto, imprescindível que para problemas novos se encontrem soluções novas, exige-se "open mind" em termos de políticas, de modelos de desenvolvimento económico, de organização do trabalho e das carreiras, de valore e culturas sobre os seniores e a sua vida, etc.
Muito provavelmente vamos ter carreiras profissionais mais longas e menos intensas. Pode também acontecer a diferenciação de funções e profissões ao longo da carreira com maior mobilidade. Os discursos, culturas e atitudes dicotomizadas entre a situação de reforma e a situação de activo irão certamente sofrer profundas alterações.
Do meu ponto de vista pode acontecer, sou optimista, que estes ajustamentos necessários tenham um efeito positivo, o de nos devolver mais tempo. Mais tempo fora do espaço laboral, mais tempo para lazer, mais tempo para miúdos e graúdos se encontrarem, mais tempo para descansar.
No fundo, mais tempo para viver mais tempo.
1 comentário:
Resumindo e concluindo: Temos que construir e inserir num modelo de sociedade livre de perturbações psíquicas tais como (entre outras) vida profissional muito activa e trepidante. Assim ficamos com mais tempo para amar e procriar.
Excluindo pensamentos libidinosos é o modelo de sociedade de minha eleição.
saudações
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