sábado, 14 de maio de 2011

MICRO-HISTÓRIAS DA ESCOLA

Era uma vez uma professora que minuto a minuto gritava para que os miúdos fizessem menos barulho. Os miúdos tinham que falar ainda mais alto para se ouvirem.
Era uma vez uma professora que raramente se lembrava do nome daquele miúdo que estava sempre com pouca atenção. O miúdo achava que a professora não tomava muita atenção no nome dele.
Era uma vez uma professora que todos os dias solicitava aos alunos que realizassem trabalhos diferentes, em cada dia o trabalho era a ficha seguinte do caderno de exercícios. Os alunos odiavam o caderno de exercícios.
Era uma vez uma professora que quando um pai lhe disse que não tinha estudado mais que a quarta classe afirmou que assim percebia as dificuldades do filho. O pai ficou envergonhado e nunca mais foi às reuniões. O miúdo continuou com dificuldades.
Era uma vez uma professora que aconselhou aos pais de um miúdo pedir ajuda a um psicólogo. Passado algum tempo, a professora recebeu um relatório em que constava, entre outra informação, que a criança aparentava um Complexo de Édipo mal resolvido. A professora ficou a pensar como poderiam ser acertadas as contas do Complexo de Édipo e em como a ajuda não pode transformar-se num problema.
Era uma vez uma professora que dizia que um miúdo estava sempre distraído. Esse miúdo dizia que nunca estava distraído, estava concentrado noutras coisas. Os dois continuaram concentrados, cada um na sua.
Era uma vez uma professora mais velha que, para impressionar os mais novos, dizia que já tinha trinta anos de experiência pelo que, obviamente, tinha razão, sempre. Um professor mais novo perguntou-lhe se tinha mesmo trinta anos de experiência ou trinta vezes o primeiro ano. A professora mais velha não percebeu.

Estas histórias, completamente disparatadas e improváveis, foram mesmo inventadas.

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