Como muitas vezes aqui tenho referido, a falta de respostas e recursos a preços acessíveis para o acolhimento a crianças dos 0 aos 3 anos é um dos grandes obstáculos a projectos familiares que incluam filhos, levando aos conhecidos e reconhecidos baixos níveis de natalidade entre nós, 30 % das mulheres portuguesas têm apenas um filho.
A alteração dos estilos de vida, a mobilidade e a litoralização do país, levam à dispersão da família alargada de modo a que os jovens casais dependem quase exclusivamente de respostas institucionais que, ou não existem, ou são demasiado caras. Portugal tem um dos mais elevados custos de equipamentos e serviços para crianças o que é, naturalmente, um forte constrangimento para projectos de vida que envolvam filhos a que acresce o abaixamento na atribuição dos abonos de família. Nos últimos seis meses, as alterações introduzidas levaram a que 645 000 crianças deixassem de receber tal prestação social.
Neste quadro, parece francamente uma boa notícia o aumento em Lisboa de 2 500 lugares de creches públicas que permite ultrapassar os 50 % de cobertura das necessidades que actualmente se situa em 36 %, manifestamente insuficiente. Este aumento enquadrado no Programa B-a-BA, envolve a autarquia e as IPSS, o que parece um modelo sustentado e eficaz de resposta comunitária.
Sabemos todos como o desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de vida, de pequenino é que ...
Assim, o aumento significativo da resposta ao nível da creche é, seguramente, uma aposta no futuro e, por isso, merece registo.
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