Voltaram as provas de aferição. Com as provas voltam os equívocos. As estruturas representativas dos professores que já entenderam as provas, ainda que destinadas a avaliar o sistema, como uma forma encapotada de também avaliar os professores defendem agora que as provas se deveriam realizar por amostragem e, portanto, não deveriam envolver todos os alunos.
Ao que parece, a existência de provas aferidas não parece, de momento, merecer grande contestação ganhando até maior pertinência se considerarmos o desejável avanço da autonomia das escolas, ou seja, podendo e devendo cada escola ou agrupamento promover projectos educativos ajustados às suas especificidades contextuais parece fazer sentido a existência de um dispositivo que permita monitorar os resultados das aprendizagens. É certo, obviamente, que pode ser discutida a natureza deste dispositivo.
Por outro lado, parece também consensual que qualquer dispositivo de avaliação no interior de um sistema, implica de alguma forma os diferentes elementos desse sistema porque…é um sistema. Concordarão que, tanto a administração educativa como os professores, fazendo parte do sistema educativo estarão, naturalmente, sob escrutínio quando esse sistema está em avaliação.
No entanto, do meu ponto de vista a questão mais interessante passa por clarificar aspectos como: As provas avaliam exactamente o quê? A administração educativa crê que são “os objectivos e as competências essenciais de cada ciclo”. Será? Tratando-se de anos transição de ciclo e de resultados individuais o que fará cada professor, cada escola com os resultados de alunos que já não acompanham? Certamente, se o entender poderá reajustar processos, mas em que direcção se a prova evidencia produtos? Será que alguma escola ou cada professor se surpreenderá com os resultados, bons ou maus, dos seus alunos? Se acontecer é porque não os conhece e, então, não há prova de aferição que lhes valha. Que farão pois com os dados?
Daqui a algum tempo quando os resultados chegarem às escolas veremos se encontramos algo que nos ajude nestas, e noutras, dúvidas.
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