quarta-feira, 15 de julho de 2009

O PROVEDOR DE JUSTIÇA E A COMUNICAÇÃO SOCIAL

Na tomada de posse do novo Provedor de Justiça que pôs fim a um escandaloso processo que envergonha, deveria envergonhar, as lideranças políticas, o novo Provedor prometeu “usar adequadamente a comunicação social para garantir eficácia” na sua acção “garante da defesa dos direitos dos cidadãos”. Não tenho nenhuma razão para duvidar do empenho e convicção do Dr. Alfredo José de Sousa mas tenho a maior das dúvidas de que boa parte da comunicação social assuma os seus desejos. A comunicação social com isenção e capacidade escrutínio e informação poderia e deveria ser justamente uma excelente ferramenta ao serviço dos direitos dos cidadãos, a começar pelo direito à informação. A questão é que boa parte da comunicação social envolve-se na agenda política oculta, procede a julgamentos com o maior despudor consoante o leque de interesses de ocasião, atenta contra a privacidade dos cidadãos com o maior das tranquilidades. Transforma informação em espectáculo e manipulação numa lógica de venda de um produto embrulhado com características que lhes permitam atrair o consumidor mesmo que no limiar ou para além dele, dos padrões éticos.
Há que ser optimista, mas duvido que algo que é parte do problema, possa ser parte da solução.

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