quarta-feira, 29 de julho de 2009

POBRES E MAL AGRADECIDOS

Uma banda larga que não é tão larga como gostaríamos, refiro-me à “largueza” da cobertura, só agora me permite aqui deixar o meu repúdio pela frieza e até a maledicência que mereceu a proposta divulgada hoje pelo PS, a incluir no seu programa eleitoral, de atribuir 200 € a cada criança nascida em Portugal para a constituição de uma conta-poupança a movimentar quando o petiz chegar aos 18 anos e que, segundo estimativa da DECO, renderá então pouco mais de 500 €, repito, a receber daqui a 18 anos.
Esta gente, pobre e mal agradecida, que só está bem a dizer mal, sabe que atravessamos uma crise severa de demografia com os nascimentos em baixa, com problemas de sustentabilidade a prazo da segurança social por abaixamento da mão-de-obra activa pagante de impostos e recebe de forma tão deselegante, no mínimo, uma medida com tanto potencial.
Nunca alguém, alguma vez, foi tão longe em matéria de incentivo à natalidade, com tamanha generosidade e impacto na vida das famílias. Mal se aguenta a espera, fazer um filho agora, vê-lo crescer e, como prenda das 18 primaveras, aí está, a conta poupança oferta do Eng. Sócrates.
Temo que, caso o PS ganhe e cumpra a promessa, outra dúvida, tenhamos que reabrir as maternidades entretanto fechadas. O empenhamento das famílias portuguesas e o nível de produtividade que nos caracteriza irão certamente entupir as salas de parto.
Chegou a “silly season”.
E que tal mexer na carga fiscal, por exemplo nas deduções?

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