quinta-feira, 30 de julho de 2009

DESPERDÍCIO

A partir da constatação dos efeitos devastadores da crise que se instalou, começaram a emergir alguns discursos no sentido de que estes efeitos poderiam ter um efeito positivo no sentido de alterações nos modelos de desenvolvimento económico e mesmo nos comportamentos individuais, designadamente, na relação com a poupança.
Neste quadro pode acontecer que também se verifiquem mudanças numa área para a qual há muito que reclamo atenção, o desperdício. É verdade, o desperdício é um dos mais gigantescos sugadouros de recursos, praticamente um poço sem fundo. O desperdício de que estou a falar está para além dos recursos financeiros e do melhor aproveitamento de recursos materiais. Estou a falar por exemplo de tempo, um bem de primeira necessidade, que se desperdiça em inutilidades, por má gestão ou organização, que se dedica a discussões estéreis e ruidosas seja em reuniões improdutivas ou em debates inconclusivos por incompetência, demagogia ou intenção.
Estou a falar do desperdício de competências e de pessoas que, por falta de oportunidade ou de políticas ajustadas, públicas ou privadas, são completamente subaproveitadas.
Lembro-me também de algo a que costumo chamar de “agitação improdutiva” que envolve muitíssimas situações de pessoas que aos mais diversos níveis e em diferentes circunstâncias se empenham, se esforçam, mas com baixos níveis de qualidade e rentabilidade por má gestão ou organização penalizadora das pessoas e das instituições.
Enfim, são múltiplos os exemplos de desperdício e são ainda mais e mais graves as consequências desta espécie de cultura instalada.

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