Era uma vez numa terra um Homem que estava ler o jornal, algo que todos os dias fazia quando chegava a casa. Para não variar, o jornal tratava quase que exclusivamente de problemas e complicações na vida das pessoas. O Homem parou a leitura e começou a pensar em como raramente havia notícias boas. De repente sentiu uma dor fortíssima na cabeça, teve a sensação de que algo de muito complexo o perturbou. Quando recuperou a consciência e a lucidez começou a ter uma percepção estranha do que estava à sua volta. Olhou para o jornal que estava ler e apenas via a publicidade. As notícias, as más notícias, tinham desaparecido, embora conseguisse ver algumas, raras, notícias com factos positivos. Correu a ligar a televisão e a situação era da mesma natureza, só conseguia ver o que continha aspectos negativos. Pensou que estaria sonhar, beliscou-se como se faz nos livros, mas não, estava mesmo acordado. A situação mantinha-se e depois de exames que deixaram os médicos ainda mais perplexos, ninguém conseguia perceber tal funcionamento e as suas causas. O Homem parecia condenado a ser apenas espectador do que de bom acontecia. De início, por falta de hábito, nem reparava em tudo, mas depois, percebeu que coisas a que anteriormente nem dava grande atenção agora lhe pareciam interessantes, bonitas e positivas. Foi-se habituando à ideia de era o único habitante da terra que só via a felicidade, sentia-se, naturalmente, o homem mais feliz do mundo.
Um dia, tão de repente como lhe tinha acontecido o mistério, morreu. Os médicos tentaram perceber as razões. Chegaram à conclusão de que o Homem tinha morrido intoxicado pela felicidade. Ninguém está preparado para viver só com ela, a felicidade.
Um dia, tão de repente como lhe tinha acontecido o mistério, morreu. Os médicos tentaram perceber as razões. Chegaram à conclusão de que o Homem tinha morrido intoxicado pela felicidade. Ninguém está preparado para viver só com ela, a felicidade.
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