Por diversas vezes aqui me tenho referido ao enviesamento que, do meu ponto de vista, a democracia portuguesa tem sofrido devido ao modelo de organização política, apenas têm assento na Assembleia da República estruturas partidárias e à praxis da generalidade dos partidos. Este enviesamento traduz-se na existência de uma partidocracia que inibe a participação cívica dos cidadãos evidenciada pelos níveis sempre em subida das abstenções nos diversos actos eleitorais e pela descrença que diferentes inquéritos mostram relativamente à acção dos políticos. Neste quadro, parece-me esgotada a fórmula actual e sem grandes hipóteses de regeneração pelo que um novo partido com o mesmo quadro, e apesar das boas intenções reformistas e voluntaristas, apenas reorganizava o jogo do poder mas sem, creio, alterações substantivas no envolvimento e confiança dos cidadãos. Não me parecem existir condições para um novo PRD.
Acredito mais em iniciativas cívicas, fora da tutela partidária, que se proponham criar um movimento de cidadania exigindo alterações no modelo actual de organização política. A título de exemplo, a criação de círculos uninominais e a possibilidade de cidadãos concorrerem à Assembleia da República sem que para tal estejam integrados em partidos, seriam duas mudanças que, creio, poderiam ter implicações significativas na nossa vida política. Também sei que, por razões óbvias, os partidos defenderão o status quo existente, trata-se da sua sobrevivência da forma como estão e que serve bem os respectivos aparelhos e a algumas clientelas.
Acredito mais em iniciativas cívicas, fora da tutela partidária, que se proponham criar um movimento de cidadania exigindo alterações no modelo actual de organização política. A título de exemplo, a criação de círculos uninominais e a possibilidade de cidadãos concorrerem à Assembleia da República sem que para tal estejam integrados em partidos, seriam duas mudanças que, creio, poderiam ter implicações significativas na nossa vida política. Também sei que, por razões óbvias, os partidos defenderão o status quo existente, trata-se da sua sobrevivência da forma como estão e que serve bem os respectivos aparelhos e a algumas clientelas.
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