De vez em quando aparecem episódios deste tipo relatados na imprensa, eventualmente haverá outros não publicitados. Depois de há dois ou três anos, se me não falha a memória, uma escola da zona de Sintra ter decretado um “dressing code” surge agora a Escola 2, 3 José Maria dos Santos, em Palmela, a proibir a alunos, professores e funcionários o uso de minissaias, decotes excessivos, calças descaídas, etc. As reacções são as do costume. “Atentado aos direitos individuais” dizem uns, “que parvoíce” acham outros, “está muito certo” sustentam outros ainda, pais por exemplo, caso de um elemento da Confap, desta vez não foi o Dr. Albino Almeida, “é preciso decoro” clamam mais alguns ou, argumento final, “farda é que é”.
Peço desculpa, mas este tipo de abordagens esquece o essencial. Os miúdos nesta fase, pré-adolescência e adolescência, estão a construir uma identidade, a sua. Tal “trabalho” passa, em todas as épocas (os Legisladores esquecem-se da recusa da gravata nos anos 50, das minissaias dos anos 60, dos cabelos às cores dos anos 80, dos piercings a seguir, etc), pela tentação de andar nos limites do instituído, linguagem, vestuário, “aspecto visual”, música, consumos, etc. Este tipo de funcionamento, quase sempre transitório, presente, de forma mais ou menos evidente, na generalidade dos adolescentes levanta algumas inquietações aos adultos que, à falta de melhor solução, têm a tentação de proibir, o que se compreende. Também me lembro de me terem proibido socas, a camisa por fora das calças e cabelo comprido. Mas só proibir é tapar o Sol com a peneira. Claro que muitos pais ficam contentes com o facto de a escola proibir algo que eles gostavam de proibir mas que não se sentem capazes, assim a escola compra, por eles, a “briga” com os filhos.
Devo afirmar que não simpatizo com a ideia de que “vale tudo”, são direitos individuais, veste-se, fala-se e faz-se o que se quer, considero este argumento uma espécie de delinquência educativa. O que quero simplesmente dizer é que, muito para lá das proibições, ou em vez das proibições, trata-se de valores, capacidade de auto-regulação dos comportamentos por parte dos jovens, de construção conjunta dos necessários códigos de conduta e de sermos capazes de discriminar o essencial do acessório.
Não é o tamanho da saia que previne a vitimização, não é a calça descaída que determina a indisciplina.
Peço desculpa, mas este tipo de abordagens esquece o essencial. Os miúdos nesta fase, pré-adolescência e adolescência, estão a construir uma identidade, a sua. Tal “trabalho” passa, em todas as épocas (os Legisladores esquecem-se da recusa da gravata nos anos 50, das minissaias dos anos 60, dos cabelos às cores dos anos 80, dos piercings a seguir, etc), pela tentação de andar nos limites do instituído, linguagem, vestuário, “aspecto visual”, música, consumos, etc. Este tipo de funcionamento, quase sempre transitório, presente, de forma mais ou menos evidente, na generalidade dos adolescentes levanta algumas inquietações aos adultos que, à falta de melhor solução, têm a tentação de proibir, o que se compreende. Também me lembro de me terem proibido socas, a camisa por fora das calças e cabelo comprido. Mas só proibir é tapar o Sol com a peneira. Claro que muitos pais ficam contentes com o facto de a escola proibir algo que eles gostavam de proibir mas que não se sentem capazes, assim a escola compra, por eles, a “briga” com os filhos.
Devo afirmar que não simpatizo com a ideia de que “vale tudo”, são direitos individuais, veste-se, fala-se e faz-se o que se quer, considero este argumento uma espécie de delinquência educativa. O que quero simplesmente dizer é que, muito para lá das proibições, ou em vez das proibições, trata-se de valores, capacidade de auto-regulação dos comportamentos por parte dos jovens, de construção conjunta dos necessários códigos de conduta e de sermos capazes de discriminar o essencial do acessório.
Não é o tamanho da saia que previne a vitimização, não é a calça descaída que determina a indisciplina.
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