O sniper Marinho Pinto, o guerrilheiro bastonário dos advogados, que atira a tudo que mexe, agora disparou para dentro. Diz o bastonário que existem escritórios e advogados que ajudam a “contornar” a lei. Creio que a esmagadora maioria dos portugueses ficou surpreendidíssima e recusa-se a acreditar em tal atoarda caluniosa sobre uma classe que está ao abrigo de qualquer suspeita. Temos um quadro legislativo que em muitos aspectos está cheio de alçapões que os mesmos escritórios que contribuíram directamente ou indirectamente para a legislação, aproveitam posteriormente para, em pareceres e aconselhamento, encontrarem os alçapões que permitirão fugas e perdões ao cumprimento da lei. É o que se pode chamar um nicho de mercado. A questão é que este quadro é do conhecimento da generalidade das pessoas e não se vislumbra a intenção ou vontade do alterar, veja-se a recente legislação sobre o financiamento partidário e as coimas por crimes ambientais ou a indisponibilidade para legislar seriamente no combate à corrupção. A situação, tal como está, favorece os escritórios de especialistas na interpretação dos alçapões da lei, contribuindo para um sistema de justiça ineficaz, injusto e favorável a quem pode pagar e aos "escritórios", claro, minudências, como calculam. Vejamos o que o bastonário fará com o que sabe. Nada, como o mítico Octávio Machado e o seu não menos mítico, “vocês sabem do que é que eu estou a falar”.
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