sábado, 23 de maio de 2009

A MAGIA DO FUTEBOL

O futebol português tem vindo de há vários anos a transformar-se num produto pouco recomendável e num cenário mal frequentado. Mais uma vez afirmo que sou adepto de futebol e, por isso, considero que o melhor que ainda existe no futebol português passa pelos os jogadores, quase todos, e pela bola, apesar dos pontapés que leva.
Esta dramática situação de uma equipa em greve de fome, a UD de Rio Maior, por seis meses de salário em atraso e os discursos dos irresponsáveis dirigentes que responsabilizam jogadores, mostra o estado triste a que chegou o mundo do futebol em Portugal. É apenas mais uma de muitas dezenas de situações verificadas nos diversos patamares do futebol português. A responsabilidade é, obviamente, da teia de compadrio, lavagem de imagem e interesses particulares e políticos que se instalou no dirigismo do futebol, clubes, Federação e Liga. Esta situação tem rostos e nomes, mas, como temos visto, não acontece nada a propósito de nada, há muito tempo. Temos uma imprensa desportiva e generalista subserviente e agradecida à protecção das “fontes privilegiadas” e contactos “certos” e temos, temos tido sempre, um poder político que se serve do futebol para almofada e para operações de duvidoso interesse mas que parecem agradar ao povo, veja-se a enormidade de gastos inúteis com os dez estádios do Euro 2004.
Finalmente, temos uns adeptos que, na sua esmagadora maioria, estando conscientes de tudo isto, de tudo isto se esquecem sempre que a sua equipa marca um golo. Provavelmente reside aí, ainda, a magia do futebol.

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