sábado, 16 de maio de 2009

DO QUE EU PODIA NÃO FALAR

A esta hora, aqui no meu Alentejo, enquanto o Mestre Zé Marrafa dispõe os pimentões se rega o tomate e o feijão, achei que podia vir até aqui sem falar do caso Freeport e das declarações do “Kung Fu” Monteiro, o primo do Eng. que está a estagiar na China e aumentam a trapalhada. Também pensei que não falaria da crise, do desemprego e do aumento do défice, problemas facilmente resolvidos pela oposição e ainda mais facilmente resolvidos, ou quase, pelo governo. Já agora que não falava disto, também pensei que não falava de Lopes da Mota e das pressões, que tal como com a cerveja, tornam tudo mais vivo. Seria até interessante não falar do BPP e do BPN, de que todos os dias se sabe algo de novo. Talvez até conseguisse não falar da gripe A H1N1, e de como nem a gripe nos liga. Podia também não falar do candidato a Belém, Manuel Alegre, que afinal, surpresa das surpresas, não larga o PS. Com algum esforço podia até não falar do espírito académico que se espalhou pelo país esta semana e foi acabando nas urgências hospitalares por excesso de consumo do espírito académico ao mesmo tempo que alguns estudantes reclamavam em S. Bento mais apoio social para se integrarem no espírito académico. Podia não referir que o Primeiro-ministro, contra todas as expectativas, sobreviveu na visita ao quintal do Alberto João também conhecido por Região Autónoma da Madeira. Até podia não me referir ao espanto por nenhuma gaffe se ter ouvido a Manuel Pinho e Mário Lino, talvez porque têm estado calados. Talvez pudesse não falar do problema do Bairro da Bela Vista porque, dando ouvidos a Paulo Portas, os seus sete mil habitantes foram presos e colocados na Ilha das Flores nos Açores.
Podia ter feito um texto sem falar disto tudo, mas não consegui.

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