quarta-feira, 20 de maio de 2009

O SUPREMO INTERESSE DA CRIANÇA

O Dr. Laborinho Lúcio, pessoa conhecida nos meios do direito e dos direitos dos miúdos, costuma dizer que “só as crianças adoptadas são felizes, felizmente a grande maioria das crianças é adoptada pelos seus pais biológicos”. Entende-se e percebe-se que na situação da menina russa entregue em bebé pela mãe que não tinha qualquer condição para a manter consigo e um pai ausente, ela não foi adoptada pelos seus pais biológicos mas pela família com quem tem vivido nos últimos seis anos. Por interferência da embaixada, contrariando pareceres e com mais uma decisão terrorista de um tribunal, a menina vai para um país que não conhece, com uma língua que não fala, para uma mãe que não a sente sua e uma avó que, na melhor das hipóteses, irá aprender a gostar da menina.
Isto não podia ter acontecido, numa terra que se intoxica com “o supremo interesse da criança” que, frequentemente, é tratado como neste caso.
É nestas alturas que me sinto triste e revoltado pelo facto de chamarem isto justiça. Está aí a chegar mais um 1 de Junho e o país mobilizará a retórica da defesa da criança e dos seus direitos. Esta miúda, a uns milhares de quilómetros, estará a sofrer.

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