sábado, 2 de maio de 2009

AS USUAL

Com recurso à chamada contabilidade criativa o inimputável Alberto João gastou meio milhão de euros em “viagens secretas”. “Ó da guarda”, clamam os vigilantes da democracia alertados pelas críticas do Tribunal de Contas. Pequeno pormenor, o Dr. Alberto João socorre-se das leis que o poder legislativo pariu, nem mais, nem menos, se é imoral, não ético ou não de acordo com o “espírito da lei”, isso é outra conversa. A questão central é que o nosso edifício legislativo está, intencionalmente, cheio de alçapões, que permitem, sempre a título excepcional, que se possa desrespeitar as regras e normas sem que nada aconteça, claro. As usual. Não protestem, nem estranhem, fechem os alçapões.
Uma nota sobre a Queima das Fitas em Coimbra. Na primeira noite, as primeiras dezenas de intoxicações alcoólicas e outras minudências que alimentam o espírito académico. O espírito académico também está preocupado com o estrangulamento das instituições de ensino superior, com as políticas de apoio a estudantes em dificuldades económicas, a situação precária que espera os jovens investigadores, uma oferta de formação de nível superior desfasada do mercado de trabalho, a qualidade do ensino superior, etc. Mas é óbvio que o pessoal precisa de se divertir, já passei também pelo espírito académico, enquanto não chega a duríssima época de exames que se aproxima, embora atenuada com a avaliação contínua à boleia do bolonhês espírito, por outro lado, estas cenas são complicadas bué. Por isso, porque que quem canta seus males espanta e porque as cervejeiras estão também envolvidas no espírito académico, mais uma bejeca e depois logo se vê. As usual.

1 comentário:

Ana disse...

As usual "as chamadas lacunas da lei"... e as usual, quem canta seus males espanta!

É mesmo uma questão de identidade nacional, não vejo que possa ser outra coisa, por mais voltas que dê...

As usual professor Morgado!

Um abraço de admiração, não as usual, mas verdadeiramente sentido.

Ana