terça-feira, 31 de julho de 2018

E EM SETEMBRO?


O período de férias trouxe uma natural acalmia no conflito entre docentes e ME. A nova fase de negociação está prevista para Setembro e com a pressão da aprovação do OGE pode aconter o que ainda não aconteceu, um processo de negociação que finalize com o acordo entre os envolvidos. É assim que se solucionam conflitos.
Entretanto e como se sabe um conflito não resolvido é, por assim dizer, um fogo que arde sem se ver. No entanto, arde mais ou menos conforme é alimentado.
Chegou agora a vez dos inspectores de educação entrarem para o elenco da peça em curso.
O Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino em carta aberta rígida ao Ministro da Educação reage fortemente às ordens que o ME produziu para a sua actuação nas escolas durante estes últimos tempos de greve dos docentes às avaliações.
Como é público e aqui referi, algumas das orientações dadas às escolas para lidarem com a situação foram contestadas pela sua “abusiva” interpretação da lei sendo que alguns directores se manifestaram contra e não terão cumprido essas orientações.
A acção de inspecção ordenada pelo ME leva os inspectores a afirmar que “não aceitam ser instrumentalizados e usados como polícias do Ministério da Educação. E não aceitam desempenhar este papel, porquanto o mesmo não se coaduna com a missão e competências da Inspecção-Geral de Educação e Ciência legalmente consagradas".
Este conflito e a forma como se vai desenrolando recordam-me a famosa Lei de Murphy em qualquer das suas múltiplas “versões”, “se algo pode correr mal, corre mal”, por exemplo.
Como muitas vezes já escrevi, o conflito que opõe professores ao ME só tem uma solução, negociar. Não pode ir crescendo em modo, ia escrever “cada tiro, cada melro” mas como não sou dado às coisas da caça e para prevenir alguma reacção, escrevo, “cada cavadela, cada minhoca” (que se devolve à terra, é claro).

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