domingo, 15 de julho de 2018

DA MEDITAÇÃO


O Público solicitou-me um pequeno comentário à utilização da meditação, em particular do “mindfulness,” nos contextos educativos.
É reconhecido que a evidência científica sobre os seus efeitos não é conclusiva como também são conhecidas, a peça do público mostra, a existência de múltiplas experiências cujos responsáveis entendem como muito úteis e promotoras de bem-estar.
Não sou um especialista neste tipo de intervenção e a minha colaboração foi noutro sentido.
Tenho muita reserva em acreditar em abordagens percebidas como mágicas que minimizem ou resolvam problemas que são muito complexos como o comportamento e aprendizagem de crianças e adolescentes em idade escolar.
Do meu ponto de vista o caminho passa mais por estruturar com competência e apoios ambientes educativos escolares e familiares que de facto promovam aprendizagem, educação, auto-regulação e autonomia desde muito cedo nas crianças.
Remeter para “métodos” ou abordagens específicas a solução de dificuldades multi-dimensionadas, apesar de se poder afirmar algum tipo de ganho, pode fazer o correr o risco de remeter para fora da esfera de acção do professor que recebe uma criança na sala de aula ou da família que a educa cujo trabalho é insubstituível. Talvez não seja a melhor forma de ajudar e desenvolver apesar, insisto, de alguns contributos que destas intervenções possam decorrer.
Julgo que é também nisto que temos de meditar.

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