O Público solicitou-me um pequeno
comentário à utilização da meditação, em particular do “mindfulness,” nos
contextos educativos.
É reconhecido que a evidência
científica sobre os seus efeitos não é conclusiva como também são conhecidas, a peça do público
mostra, a existência de múltiplas experiências cujos responsáveis entendem como
muito úteis e promotoras de bem-estar.
Não sou um especialista neste
tipo de intervenção e a minha colaboração foi noutro sentido.
Tenho muita reserva em acreditar
em abordagens percebidas como mágicas que minimizem ou resolvam problemas que são muito
complexos como o comportamento e aprendizagem de crianças e adolescentes em
idade escolar.
Do meu ponto de vista o caminho passa
mais por estruturar com competência e apoios ambientes educativos escolares e familiares
que de facto promovam aprendizagem, educação, auto-regulação e autonomia desde
muito cedo nas crianças.
Remeter para “métodos” ou
abordagens específicas a solução de dificuldades multi-dimensionadas, apesar de se poder afirmar algum tipo de ganho, pode fazer
o correr o risco de remeter para fora da esfera de acção do professor que
recebe uma criança na sala de aula ou da família que a educa cujo trabalho é insubstituível. Talvez não seja a
melhor forma de ajudar e desenvolver apesar, insisto, de alguns contributos que destas intervenções possam decorrer.
Julgo que é também nisto que
temos de meditar.
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