Cá estou de novo a recordar a
perplexidade e o gozo da última grande descoberta nesta minha viagem que já vai longa.
Cumprem-se hoje cinco anos desde
que entrei pela primeira vez no mundo encantado, no mundo mágico da avozice.
Esta mudança de geração tem sido
uma bênção em cada dia que passa e contribui decisivamente para cumprir a
narrativa de um Homem de sorte, eu.
Às vezes, quando brincam ou
quando dormem, fico assim a olhar para eles, para os meus netos, o Grande neto
grande, o Simão, que nasceu há cinco anos e o Grande neto pequeno, o Tomás, com
pouco mais de dois anos. Ponho-me a imaginar que viagens irão fazer.
Nessas alturas sinto-me assim
… desculpem o atrevimento... um anjo da
guarda.
Na verdade, que mais deve ser um
pai ou um avô que não um anjo da guarda.
Às vezes, não sabemos, não
percebemos, não queremos ou não podemos.
Mas é bonito.
A magia da avozice recorda-me, já
aqui o contei, a fala de um Velho de Cabo Verde, amigo do meu amigo Amílcar,
que dizia a propósito do quanto gozava a sua condição de avô, "Se soubesse que ter netos era assim, tinha
tido os netos antes dos filhos".
Acho curiosíssima e elucidativa
deste mundo mágico, ser avô.
No entanto, a ordem das coisas é
a ordem das coisas, cresce um filho até ser Gente, vai crescer um neto até ser
Gente.
E eu por perto por mais algum
tempo. Muito, espero.
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