Hoje ao ler a notável entrevista
de Laborinho Lúcio no Público lembrei-me das diferentes circunstâncias em que
me tenho cruzado com ele e sempre me sinto agradecido por tais encontros.
Quando penso em muitos dos
aspectos que envolvem a vida dos mais novos parece-me evidente a urgência e
necessidade da existência de um Provedor da Criança. Seria uma figura que por
"obras valerosas" e perfil ético e cívico, posicionado fora do sistema assumisse com clareza
o "superior interesse da criança.
Não é uma ideia nova, já há já
muitos anos o Mestre João dos Santos defendia a existência de um Provedor e
desde então muita gente tem a mesma opinião.
Laborinho Lúcio, um homem do
direito, da justiça como ele prefere, para quem os direitos dos menores são maiores, seria certamente uma excelente
escolha. Já há algum tempo num dos nossos “cruzamentos” tive oportunidade de
lhe dizer isso mesmo. Respondeu com a humildade e sensibilidade que se lhe
reconhece.
Deixem-me mais uma vez recordar algo
que lhe ouvi lá para trás no tempo e não mais esqueci. Estávamos os dois numa
mesa de encontro no Sardoal no âmbito da protecção de crianças e jovens e
Laborinho Lúcio, pedindo para que as muitas pessoas presentes no auditório não
reagissem logo no início da afirmação, disse “Só as crianças adoptadas são
felizes, felizmente a maioria das crianças são adoptadas pelos seus pais”.
Mas há quem não seja, demasiados.
Como também há quem não seja
adoptado pela escola, pela justiça, pela saúde, pela segurança e bem-estar,
etc.
Daí a necessidade de um Provedor
da Criança.
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