Com as “orientações” divulgadas
pelo ME relativas a férias de docentes atirou-se mais uma acha para uma
fogueira que vai ardendo há tempo demais. Não me pronuncio pela bondade da
decisão, boa parte do nosso quadro legislativo está construído de forma a
permitir uma geometria variável na sua interpretação.
Por outro lado, com o aproximar
da preparação do OGE para 2019 o impacto político (eleitoral) deste conflito começa a
competir com o impacto económico da sua solução.
De qualquer forma a situação está
como sempre esteve desde o início, só a negociação séria e transparente a pode
ultrapassar.
Deixem-me retomar algo que aqui
já escrevi e que muitos parecem não querer entender ou fingem que não entendem
em nome de outras agendas.
Imaginemos que qualquer de nós no
desempenho da sua profissão vê que não é considerado para os efeitos previstos
no quadro legal que a regula parte do tempo que trabalhou. Defender que tal
decisão não é adequada não é uma “exigência” é a expressão de um direito.
Se a estrutura da carreira, do
acesso, dos mecanismos de progressão e os efeitos no estatuto salarial não são
adequados, justos, claros, etc. então que se desencadeiem os processos
conducentes à sua eventual alteração, mas não misturemos tudo para criar
confusão.
O quadro legal em vigor, gostemos
ou não, é o que deve ser cumprido, é uma questão de direito. Entender o
contrário é um risco embora saibamos que em Portugal existe alguma tendência
para entender a lei como indicativa e não como imperativa, ou seja, é de
geometria variável.
O que estará em causa é o modo e
o faseamento no cumprimento da lei. E isto, mais uma vez, só se consegue
negociando. Ponto.
Parece dispensável reafirmar que a serenidade é um bem de primeira necessidade em educação e parece ser o que menos temos.
Parece dispensável reafirmar que a serenidade é um bem de primeira necessidade em educação e parece ser o que menos temos.
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