Por generoso convite da Pró-inclusão:
Associação Nacional de Docentes de Educação Especial que comemorou os 10 anos
de existência, participei num evento em que com a companhia da Professora Maria
do Céu Roldão reflectimos sobre “Currículo e Inclusão”.
Conversa e debate estimulantes,
para além das outra intervenções do Simpósio que também ouvi apesar de,
lamentavelmente, não ter assistido a todo o programa.
Notas breves.
O currículo constitui-se como um dos
mais importantes eixos estruturantes da promoção de uma educação inclusiva que “mais
não é” do que responder de forma positiva à diversidade presente em cada grupo
de alunos, qualquer que seja a natureza da diversidade. Aliás, a diversidade é
a característica mais evidente de qualquer sala de aula em qualquer escola das
sociedades actuais.
O currículo terá necessariamente
de corresponder a uma visão do que é educação e, naturalmente, do que é uma
educação para todos, que não deixe alunos para trás e também não remeta alunos para fora dos ambientes de aprendizagem que todos frequentam.
Nesse sentido, creio que embora
possamos questionar que o modo e tempo utilizados na operacionalização, registo
com agrado a definição de um perfil de alunos e o estabelecimento de
aprendizagens essenciais num modelo diferente do excesso, da norma e da
prescrição presente nas metas curriculares que, do meu pinto de vista, são
pouco amigáveis para a diversidade dos alunos.
No entanto, apesar da importância
do modelo e conteúdos dos currículos fica sempre a acção do professor.
O seu desempenho na definição de
ambientes educativos eficientes para todos os alunos ou, na expressão de
Zabalza com quem também nesta semana tive o privilégio de estar, no
estabelecimento de “coreografias didácticas” que promovam a participação e
aprendizagem de todos os alunos é central.
Neste sentido, a autonomia, a
valorização, a formação contínua com um projecto de desenvolvimento e com visão
não casuística ou reactiva a “modas” ou pacotes legislativos, a reorganização
dos tempos que fomente a colaboração, a existência de dispositivos de apoio
competentes e suficientes são, entre outros, alguns dos aspectos críticos do
trabalho do docente.
Com estruturante e regulador deste
trabalho estará sempre o currículo. Neste sentido é particularmente relevante a forma como será, de facto, operacionalizado o que que está definido em matéria de currículo no Regime Jurídico da educação Inclusiva a vigorar no próximo ano lectivo. Algumas das disposições levanta-me dúvidas e temo que que sem regulação possam dar continuidade de outra forma a situações de guetização através do currículo e ... em nome da inclusão.
A ver vamos, esperando e acreditando que tudo correrá bem.
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