Com o processo ainda em curso e
faltando duas fases de candidatura, os dados sugerem que de novo se
verifica um aumento do número de candidatos à frequência do ensino superior. A
confirmar-se trata-se do terceiro ano consecutivo em que aumenta o número de alunos
que pretende aceder a formação superior.
É, sem dúvida, uma boa
notícia.
No ano passado e a propósito da
subida que já se verificou alguns especialistas defenderam que a subida se
deveria a maior sucesso no ensino secundário, a melhoria na condição económica
de algumas famílias e ao aumento de confiança na formação superior.
Espero que sejam estas razões
continuem a sustentar a subida deste ano mas aguardemos o resultado final do
acesso ao superior
É importante recordar que,
contrariamente ao muitas vezes se entende, as famílias portuguesas enfrentam um
dos mais caros sistemas de ensino superior da UE e da OCDE.
Por outro lado, tem vindo a
instalar-se a perigosa e falsa ideia de que "somos um país de
doutores". Na verdade, apesar da recuperação, temos uma das mais baixas taxas
de pessoas com formação superior entre os países da OCDE. É fundamental
insistir que não temos licenciados mais, temos desenvolvimento a menos e daí
alguma dificuldade na absorção de mão-de-obra qualificada.
Aliás, não cumpriremos certamente
o objectivo de formação superior estabelecido na UE para 2020 mesmo com a ajuda
de habilidades na oferta formativa como a "meia licenciatura". Por
outro lado, é fundamental não esquecer que Portugal ainda é um dos países em
que mais compensa a qualificação superior.
Neste quadro, saber que está a
aumentar o número de estudantes que pretende frequentar o ensino superior é
mesmo uma boa notícia.
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