O ME anunciou hoje a contratação de 250 assistentes operacionais para as escolas e que está em fase de conclusão
a revisão da portaria que define o rácio de alunos por assistente operacional.
Espera-se que conforme foi afirmado numa
audição em Maio na AR, a alteração da portaria não seja apenas assente no
número de alunos e considere, por exemplo, a tipologia das escolas ou seja, o
número de pavilhões, a existência de cantinas, bares e bibliotecas e a extensão
dos recreios ou a frequência de alunos com necessidades especiais.
A confirmar-se trata-se de uma
medida positiva e necessária mas insuficiente.
Já aqui tenho escrito sobre as
condições em que muitos destes assistentes operacionais chegam às escolas mas
estas notas são para enfatizar os riscos da insuficiência do seu número.
Na verdade, os auxiliares de
educação, insisto na designação, desempenham e devem desempenhar um importante
papel educativo para além das funções de outra natureza que também assumem e
que exige a adequação do seu efectivo, formação e reconhecimento. No caso mais
particular de alunos com necessidades educativas especiais, em algumas
situações os assistentes operacionais serão mesmo uma figura central no seu
bem-estar educativo, ou seja, são mesmo auxiliares de acção educativa.
A excessiva concentração de
alunos em centros educativos ou escolas de maiores dimensões não tem sido acompanhada
pelo ajustamento adequado do número de auxiliares de educação. Aliás, é
justamente, também por isto, poupança nos recursos humanos, que a reorganização
da rede, ainda que necessária, tem sido feita com sobressaltos e com a criação
de problemas.
Os auxiliares educativos cumprem
por várias razões um papel fundamental nas comunidades educativas que nem
sempre é valorizado.
Com frequência são elementos da
comunidade próxima das escolas o que lhes permite o desempenho informal de
mediação entre famílias e escola, têm uma informação útil nos processos
educativos e uma proximidade com os alunos que pode ser capitalizada importando
que a sua acção seja orientada, recebam formação e orientação e que se sintam
úteis, valorizados e respeitados.
Os estudos mostram também que é
nos recreios e noutros espaços fora da sala de aula que se regista um número
muito significativo de episódios de bullying e de outros comportamentos
socialmente desadequados. Neste contexto, a existência de recursos suficientes
para que a supervisão e vigilância destes espaços seja presente e eficaz.
Recordo que com muita frequência temos a coexistir nos mesmos espaços
educativos alunos com idades bem diferentes o que pode constituir um factor de
risco que a proximidade de auxiliares de educação minimizará.
Considerando tudo isto parece
essencial e um contributo para a qualidade dos processos educativos a presença
em número suficiente de auxiliares de educação que se mantenham nas escolas com
estabilidade e que sejam orientados e valorizados na sua importante acção
educativa.
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