domingo, 20 de agosto de 2017

DOS PROFESSORES

No Público de dia 18 estava um texto de Pedro Freitas, “Teachers don’t leave our kids alone” que merece reflexão. Parte do pressuposto de que a variável professor e a qualidade do seu trabalho é, de acordo com a evidência, uma variável consistentemente associada ao rendimento dos alunos. Assim sendo e apesar da complexidade na avaliação de professores, defende que seria de considerar a hipótese da criação de incentivos aos “bons” professores. Algumas notas.
Na verdade parece claro que apesar do impacto das variáveis relativas aos alunos e contexto social, económico e cultural, o trabalho na e da escola e dos professores é um factor significativamente explicativo do sucesso dos alunos mais vulneráveis e capaz de contrariar ou minimizar o peso dessas variáveis.
Este trabalho da e na escola envolve dimensões como organização e funcionamento, clima, níveis de colaboração e cooperação, estilo e competência das lideranças, por exemplo e, definitivamente, o trabalho em sala de aula em que surge a diferença produzida pelo professor, pelos professores.
Quando abordo estas questões cito com frequência uma afirmação de 2000 do Council for Exceptional Children, "O factor individual mais contributivo para a qualidade da educação é a existência de um professor qualificado e empenhado".
No entanto, também não podemos esquecer que a existência de professores qualificados e empenhados não depende só de variáveis individuais de cada docente, decorre também de um conjunto de políticas educativas que promovam a qualificação, a motivação e a valorização a diferentes níveis do trabalho dos professores.
A valorização social e profissional dos professores, em diferentes dimensões é uma ferramenta imprescindível a um sistema educativo com mais qualidade. Aliás, uma das características dos sistemas educativos melhor considerados é, justamente, a valorização dos professores.
E nesta matéria também temos muito trabalho para realizar e ideias a discutir

Sem comentários: