No Público de dia 18 estava um
texto de Pedro Freitas, “Teachers don’t leave our kids alone” que merece
reflexão. Parte do pressuposto de que a variável professor e a qualidade do seu
trabalho é, de acordo com a evidência, uma variável consistentemente associada ao
rendimento dos alunos. Assim sendo e apesar da complexidade na avaliação de
professores, defende que seria de considerar a hipótese da criação de incentivos
aos “bons” professores. Algumas notas.
Na verdade parece claro que
apesar do impacto das variáveis relativas aos alunos e contexto social,
económico e cultural, o trabalho na e da escola e dos professores é um factor
significativamente explicativo do sucesso dos alunos mais vulneráveis e capaz
de contrariar ou minimizar o peso dessas variáveis.
Este trabalho da e na escola
envolve dimensões como organização e funcionamento, clima, níveis de
colaboração e cooperação, estilo e competência das lideranças, por exemplo e,
definitivamente, o trabalho em sala de aula em que surge a diferença produzida
pelo professor, pelos professores.
Quando abordo estas questões cito
com frequência uma afirmação de 2000 do Council for Exceptional Children,
"O factor individual mais contributivo para a qualidade da educação é a
existência de um professor qualificado e empenhado".
No entanto, também não podemos
esquecer que a existência de professores qualificados e empenhados não depende
só de variáveis individuais de cada docente, decorre também de um conjunto de
políticas educativas que promovam a qualificação, a motivação e a valorização a
diferentes níveis do trabalho dos professores.
A valorização social e
profissional dos professores, em diferentes dimensões é uma ferramenta
imprescindível a um sistema educativo com mais qualidade. Aliás, uma das
características dos sistemas educativos melhor considerados é, justamente, a
valorização dos professores.
E nesta matéria também temos
muito trabalho para realizar e ideias a discutir
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