quarta-feira, 14 de setembro de 2016

UM SONHO OLÍMPICO

O meu bom amigo Professor David Rodrigues tem hoje no Público um texto em que valoriza a realização dos Jogos Paralímpicos, “Paralímpicos, paratotós” e comenta o inaceitável ponto de vista do jornalista Joaquim Vieira que os considerou um “espectáculo grotesco” e um “número de circo”.
Sobre as afirmações de Joaquim Vieira já disse o que tinha a dizer e com o povo diz “não vale a pena gastar mais cera com tão ruim defunto”. No entanto não esqueço a insensibilidade ética e moral da sua opinião.
Sobre a importância dos Jogos Paralímpicos subscrevo, naturalmente, a sua valorização.
No entanto e conforme também já disse e escrevi, continuo a afirmar que espero o dia em que tenhamos apenas Jogos Olímpicos em que todos as provas, de todos os desportistas, se realizem no mesmo espaço de tempo e nos mesmos espaços físicos de acordo, evidentemente, com as exigências específicas.
Não é impossível em termos de organização e assim como não consigo aceitar que uma piscina pública seja frequentada por um grupo de pessoas com deficiência em “horário próprio” com "pistas reservadas", também acho que as pessoas, todas as pessoas, podem competir num mesmo evento nas respectivas provas.
Lembro-me sempre da afirmação de Biesta, a história da inclusão é a história da democracia e, do meu ponto de vista, também passa por aqui.
Só depende de nós.
Sim, eu sei, é um sonho olímpico. Será, mas não é seguramente Paralímpico


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