Na imprensa de hoje, talvez
devido à proximidade do Dia Mundial da Literacia, no próximo dia 8, encontra-se
várias referências ao analfabetismo em Portugal com apresentação de dados, histórias de vida e dificuldades no combate a este problema. Com base nos Censos de 2011 a
PORDATA e o INE apontam para uma taxa de analfabetismo de 5.15%. Sendo certo
que este dado representa um salto relevante face a 25.7% em 1970 ainda mantemos
uma taxa demasiado elevada, aliás, umas das mais elevadas da Europa.
Nos últimos anos apesar das
mudanças verificadas o desinvestimento na educação também se reflectiu
naturalmente neste universo e torna urgente recuperar o investimento na formação
de adultos.
Se à taxa de analfabetismo
acrescentarmos o analfabetismo funcional, pessoas que foram escolarizadas mas
que não mantêm competências em literacia, a situação é verdadeiramente
prioritária, atingirá certamente pelo menos dois milhões de portugueses.
Também por estas razões continuo
a pensar que não temos professores a mais e muitos professores com anos de
experiência avaliada e tratados como descartáveis teriam muito trabalho nesta
área.
Os custos pessoais e sociais para
as pessoas nesta situação, em várias dimensões como dignidade e cidadania, e o
impacto económico da falta de competências em literacia justificaria um
fortíssimo investimento em minimizar a situação até ao limite possível. Como
sempre trata-se de matéria de opções políticas e visão de sociedade.
Tantas vezes é preciso afirmar,
os custos em educação não representam despesa, são investimento e com retorno
garantido.
Lá pelo Alentejo, uma região em
que o analfabetismo atinge ainda níveis mais altos, cerca de 9% canta-se:
(…)
É tão triste não saber ler
Como é triste não ter pão
Quem não conhece uma letra
Vive numa escuridão
(…)
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