sábado, 24 de setembro de 2016

A POBREZA E DESIGUALDADE

O “opinion maker” Henrique Monteiro não desiste de vender regularmente a sua agenda. Não é estranho, cada um serve os interesses que lhe servem.
Em texto de ontem no Expresso entretém-se a discutir desigualdade e pobreza para publicitar o que diz ser a leitura “correcta”.
Diz Henrique Monteiro que um país é desigual porque é pobre pelo que basta criar riqueza para que se minimize a desigualdade.
Henrique Monteiro sabe que não é assim mas nada que o incomode evidentemente, a sua certeza é a que prevalece.
Muitíssimos relatórios e trabalhos nacionais e internacionais, de origens como a OCDE, Banco Mundial, FMI, etc. demonstram que, como é óbvio, não basta criar riqueza para minimizar de forma séria a desigualdade.
As lideranças económicas, os interesses dos mercados, os modelos políticos de desenvolvimento que se orientam para resultados e mercados e não para pessoas, promovem riqueza sem que a sua distribuição tenha efeitos sérios na desigualdade social. Aliás, é claro que a distribuição da riqueza criada quer em países mais ricos quer em países mais pobres, mostra justamente que a esmagadora maioria da riqueza criada continua concentrada nas mãos de uma pequena minoria.
Não é o contrário.
Claro que para Henrique Monteiro e para a opinião que quer construir é preciso insistir recorrentemente em deturpações esperando que pela sua repetição se tornem em algo que se aceita como verdadeiro.
É um clássico em comunicação política e Henrique Monteiro sabe-a toda.

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