O “opinion maker” Henrique
Monteiro não desiste de vender regularmente a sua agenda. Não é estranho, cada
um serve os interesses que lhe servem.
Em texto de ontem no Expresso
entretém-se a discutir desigualdade e pobreza para publicitar o que diz ser a
leitura “correcta”.
Diz Henrique Monteiro que um país
é desigual porque é pobre pelo que basta criar riqueza para que se minimize a
desigualdade.
Henrique Monteiro sabe que não é
assim mas nada que o incomode evidentemente, a sua certeza é a que prevalece.
Muitíssimos relatórios e
trabalhos nacionais e internacionais, de origens como a OCDE, Banco Mundial,
FMI, etc. demonstram que, como é óbvio, não basta criar riqueza para minimizar
de forma séria a desigualdade.
As lideranças económicas, os interesses
dos mercados, os modelos políticos de desenvolvimento que se orientam para
resultados e mercados e não para pessoas, promovem riqueza sem que a sua
distribuição tenha efeitos sérios na desigualdade social. Aliás, é claro que a
distribuição da riqueza criada quer em países mais ricos quer em países mais
pobres, mostra justamente que a esmagadora maioria da riqueza criada continua concentrada
nas mãos de uma pequena minoria.
Não é o contrário.
Claro que para Henrique Monteiro
e para a opinião que quer construir é preciso insistir recorrentemente em deturpações esperando que pela sua repetição se tornem em algo que se
aceita como verdadeiro.
É um clássico em comunicação política e Henrique Monteiro
sabe-a toda.
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