domingo, 18 de setembro de 2016

DA COLOCAÇÃO DE PROFESSORES. O SONHO IMPOSSÍVEL, SERÁ?

Para este mês o tema escolhido pelos autores do manifesto Pela Escola Pública é o concurso de professores.
Apesar de algumas décadas a trabalhar no universo da educação não tenho o conhecimento e a informação adequada para tecer algumas considerações pertinentes sobre este complexo universo.
Tenho mais presentes os efeitos múltiplos e muitas vezes gravosos de um processo que não deveria decorrer como decorre e há tempo demais. Também me parece que é difícil isolar a questão da colocação de de outras dimensões como, por exemplo, a autonomia das escolas.
Não querendo, no entanto, colocar-me de fora da reflexão até porque entendo que muitos dos problemas dos professores são também problemas de toda a gente apenas partilho o que talvez seja um sonho impossível.
A colocação de professores deveria conciliar uma gestão integrada dos recursos docentes com a autonomia real das escolas.
A colocação dos professores deveria garantir equidade, justiça e transparência.
A colocação de professores deveria estar ao serviço da estabilidade do funcionamento das escolas e não um contributo para a instabilidade.
A colocação de professores deveria ocorrer segundo um calendário que permitisse, de facto, que cada ano lectivo começasse com verdadeira normalidade e não a normalidade todos os anos afirmada e nunca verificada.
A colocação de professores deveria ter dispositivos de regulação e escrutínio que lhe garantissem independência, competência e rigor.
A colocação de professores deveria ser um processo com carga burocrática mínima e eficiência máxima.
A colocação de professores deveria ser também um contributo para a valorização da classe docente.
Será mesmo um sonho impossível?
Não seremos capazes de fazer melhor?

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