Hoje cruzei-me com o meu amigo
Cajó, já vos tenho falado dele. É mecânico e tem um Punto kitado que é a menina
dos seus olhos.
Tinha vindo de uns dias de férias
que adorou e de volta da bica recordou-as.
Como sempre, passa uns dias na
tenda que a sogra, a D. Gorete, tem alugada o ano inteiro no parque de campismo
da Costa da Caparica. É uma tenda grande com dois quartos e um avançado onde
está o assador e a mesinha da televisão. As tendas estão um bocado em cima umas
das outras, tanto que a D. Júlia, da tenda ao lado, vê a novela da tarde no
aparelho da sogra do Cajó sentada no avançado da sua tenda. É tudo gente fixe,
está-se bem.
O Cajó carregou o Punto à
maneira, até lhe pôs umas barras que tinha lá na oficina para levar as cadeiras
de plástico para a família e os colchões enrolados. Segundo ele, teve sorte com
o tempo que fez na semaninha passada na Costa.
De manhã, depois da bica, ia com
a Odete e os miúdos até à praia, mas pouco tempo, que o Cajó não é menino de
estar a torrar ao sol. Entretinha-se com as vistas que a praia por acaso até é
muito bem frequentada, se estava maré para isso apanhava umas cadelinhas e lá
pelo meio-dia deixava a Odete e os miúdos e vinha adiantar o almoço. No assador
tratava das sardinhas que o sogro, o Sr. Abel, tinha ido buscar à praça. O Cajó
fazia questão de as assar, ele é que tem o toque que elas precisam. Bom, era um
cheirinho a sardinhas naquele parque que até chegava à praia. Com uma saladinha
à maneira uma garrafinha de branco bem fresquinha graças ao frigorífico
pequenino muito jeitoso que a D. Gorete tinha comprado para ter no parque,
estavam 5 estrelas.
Depois da sardinhada ia com O Sr.
Abel tomar a bica e meio uísque ao bar do parque e ficavam na palheta com o
pessoal que já conhecia dos outros anos.
Entretanto, a Odete e a sogra
ficavam no avançado a ver televisão e os miúdos iam brincar com os outros ou
jogar playstation.
Ao fim da tarde, o Cajó ia com a
malta dar uns toques para o campo de futebol de salão que há lá no parque, o
desporto faz bem e até abre o apetite. Para o jantar, a família abria umas
conservas ou ia buscar um franguinho assado ao café do Passarinho, ali bem
perto do parque que era bem bom, em conta e marchava com uma saladinha e umas
"bejecas". É preciso poupar e até dizem que as conservas são boas
para a saúde.
À noite ia até ao bar do parque
jogar uma suecada e aí estava um dia perfeito. Todas noites, quando voltava
para a tenda com o Sr. Abel, o Cajó lhe dizia, “isto é que são umas férias, a
porra é que prá semana já tou na oficina a vergar a mola”.
Só havia uma coisinha que
chateava o Cajó. Na tenda da D. Gorete tinha que dormir com a Odete e os miúdos,
a Micas e o Tólicas, no mesmo espaço e de dia estava sempre gente à volta, de
maneira que, estão a ver, sente falta da Odete. É pá, mas não se pode ter tudo,
pensava o Cajó antes de adormecer a sonhar com as sardinhas do almoço servidas
por aquela miúda “podre de boa” que entra na novela que a D. Gorete e a Odete
não perdem.
Belas férias, as do Cajó. Está,
disse-me, pronto para mais um ano lá na oficina. E para s biscates, é claro.
3 comentários:
Ah ganda Cajó!
Podes crer Joaninha, :)
Então o Cajó não lê "A BOLA" ?!!!... Nem o "RECORD" ?!!!...
VIVA!
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