Há umas semanas, ainda antes das
férias, numa animada conversa com gente que procura que os seus filhos cresçam
de bem consigo e com o mundo, uma das mães presentes contou uma história
pessoal curiosa. Por isso, aqui fica neste tempo quente antes do regresso à
lida.
Um dia, durante a adolescência,
quando a família se juntou para jantar, o pai disse para a mãe, “Se eu tivesse a certeza do que vi, a tua
filha levava uma tareia” e mais não disse. A mãe não entendeu, mas a moça
sabia que à tarde estava num café perto da escola com um daqueles cigarros, os
primeiros, pelos quais a maioria de nós passámos, e muitos continuámos. Sabia
também que, apesar de todas as improbabilidades, o pai entrou naquele café,
tinha que ser naquele café, e viu-a a fumar e sem tempo para as habilidades de
que todos nos socorremos em tais circunstâncias. Olhou, olhou, para que se
percebesse bem que tinha visto e sem uma palavra saiu depois de uma bica e de
deixar pago o lanche do grupo da filha.
Numa época em que tanto se fala
de recados, parece que se substituiu o diálogo pelo recado, este é um exemplo
notável de um recado.
Toda a gente que estava no grupo
entendeu por bem não perguntar se resultou. A história fica mais engraçada
assim.
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