Dois factos.
Facto 1. O Governo decideprivatizar a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto e o Metro do Porto
por ajuste directo, em 12 dias, sublinho, POR AJUSTE DIRECTO EM 12 DIAS,
alegando “interesse público relevante”.
Facto 2. O Ministro Nuno Crato anunciou
na semana passada que em Outubro ou Novembro será lançado um concurso
internacional, sublinho EM OUTUBRO OU NOVEMBRO SERÁ LANÇADO UM CONCURSO
INTERNACIONAL, para realização de obras de recuperação do edifício do
Conservatório Nacional que tem há anos salas fechadas, está muitíssimo degradado
impedindo o normal funcionamento de actividades.
Expliquem-me, muito devagarinho, esta
diferença.
A recuperação de um edifício onde
decorrem actividades educativas e de formação de caracter único e de enorme
relevo vai a concurso internacional daqui a meses e não é considerada de “interesse público
relevante”.
A entrega do Metro e dos STCP do Porto a
privados, que já se adivinham, é passível de ser realizada no tempo recorde de
13 dias, por ajuste directo, e, evidentemente dada a pressa, em condições negativas
para o “interesse público”.
Trata-se na verdade de um
despudor sem fim na forma como se promovem interesses privados e se descura o
interesse público em nome de uma habilidade jurídica designada por “interesse
público relevante” que mais não é que uma fórmula manhosa para dar cobertura a
estes actos de (má) gestão política.
Como diria Sá de Miranda, "M'espanto às vezes, outras m'avergonho".
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